INAUGURAÇÃO DO REFEITÓRIO
18 de setembro de 2015
Bom dia a todos.
Muito obrigado pela vossa presença.
Começo por referir que esta obra que hoje inauguramos, não é
uma obra da Associação de Pais e muito menos é uma obra de uma só pessoa.
Muitas pessoas se mobilizaram para que esta obra fosse
possível.
Essa mobilização começou desde logo com dezenas de pais, mães e professores que se deslocaram à
sessão pública do Orçamento Participativo para apresentar e defender este
projeto.
Continuou com ainda mais dezenas de pessoas a trabalharem
arduamente, durante mais de um mês, para conseguirem os votos dos cascalenses.
Concluiu-se com a confiança de 4.920 pessoas que, entre
várias dezenas de projetos, acharam que este iria beneficiar não apenas os 1.554 alunos que
este ano vão frequentar esta escola, mas os muitos milhares que nos próximos
anos aqui estudarão.
São todas estas pessoas, que possibilitaram que hoje
estejamos aqui, que merecem os nossos agradecimentos.
Também estamos gratos à empresa Wallup, Lda, que num prazo
extremamente curto, construiu esta obra que a todos nos orgulha.
Esta empresa, que não conhecíamos, revelou uma capacidade
técnica e organizativa assinalável e, mais importante ainda, uma postura de
colaboração permanente, que foi muito além do que seria expectável e do que
seria contratualmente exigível.
Por último e porque os últimos são os primeiros, temos de
agradecer esta obra à Câmara Municipal de Cascais.
Desde logo por ter criado o Orçamento Participativo.
Consideramos que o Orçamento Participativo é muito mais do
que uma forma de os munícipes dizerem aos autarcas eleitos, que obras
consideram importantes para a melhoria da qualidade de vida das suas
comunidades.
Consideramos que o OP é uma extraordinária maneira de
aproximar os eleitores dos eleitos e é uma verdadeira escola de cidadania, pois
incentiva os munícipes a participarem na vida do seu concelho, mostra-nos que
as nossas opiniões contam, que a nossa participação vale a pena e que tem
consequências.
O OP de Cascais é hoje o mais participado de Portugal e um
dos mais participados da Europa tendo-se tornado um “case study” a nível mundial, do Maputo a
Nova Iorque.
Este sucesso deve-se em grande parte à equipa do OP.
Nos dois últimos anos temos contactado, quase diariamente com
a equipa do OP e podemos testemunhar a sua competência técnica, a sua entrega,
o seu empenhamento, a sua disponibilidade permanente para ouvirem e mobilizarem
os munícipes para esta causa.
A equipa do OP honra a Câmara Municipal de Cascais
Mas os maiores responsáveis pelo êxito do OP são os seus
responsáveis políticos, que para além de o terem criado, têm sabido ir
ajustando o seu regulamento.
Quando em 2013, as escolas, vítimas de anos e anos de
desinvestimento do MEC na sua manutenção, se viraram, em desespero de causa
para o OP e ganharam 6 dos 7 projetos aprovados, a CMC soube compreender 2
coisas:
1 - Que não as podia abandonar, apesar de não serem na sua
maioria da sua área de competência.
2 - Mas também que não podia permitir que o OP se transformasse num OP escolar.
As alterações introduzidas em 2014 dificultam-nos a vida, mas
são inteiramente justas e equilibradas
Já as alterações
introduzidas este ano no sistema de votação parecem-nos erradas, por dificultarem a tarefa dos
proponentes que certamente levarão a uma queda na participação dos munícipes,
relativamente à verificada em 2014.
Temos no entanto a certeza que a CMC saberá analisar os resultados obtidos e corrigirá a rota, para
que em 2016 voltemos a ter um novo recorde de participação.
Temos ainda uma razão adicional para estarmos gratos à
Câmara.
Quando, na sequência da votação do nosso projeto, solicitámos
à CMC que permitisse que fossemos nós a realizar os respetivos projetos e
fossemos nós a lançar a obra, porque isso
permitiria reduzir a burocracia e encurtar prazos, a CMC acreditou no
nosso empenhamento e na nossa capacidade e acedeu ao nosso pedido.
Hoje demonstramos que essa confiança foi merecida, pois o
nosso projeto é o primeiro do ano 2013 a estar concluído.
Para terminar e porque estamos no início de um novo ano
escolar em que a CMC assumiu novas responsabilidades com a assinatura do
Contrato Interadministrativo de Delegação de Competências, queremos assinalar o
seguinte:
Sempre entendemos que uma gestão de proximidade poderia ser
mais eficaz, principalmente se os autarcas souberem ouvir e trabalhar com quem
está no terreno, nomeadamente as direções das escolas e as Associações de Pais.
É inteiramente justo reconhecer que esse trabalho tem sido
feito, com grande esforço de todos, nomeadamente da equipa da educação, que com
pouquíssimos meios humanos conseguiu que este ano letivo se inicie em muito melhores
condições do que no passado recente.
Os problemas estão longe de estarem resolvidos, mas estamos
no caminho certo.
Como diz um ditado africano: Sozinhos andamos mais depressa,
mas acompanhados chegamos mais longe.
Discurso do presidente da associação de pais Ibn-Mucana, José Batalha